15 de dezembro de 2010

A partida..


Apesar de ser um sonho que ele estava prestes a realizar, foi tão complicado para ele fazer as malas e se despedir de tudo que aqui, ele conquistou. Meio dia, foi buscar a irmã mais nova na escola. Foram até Lajeado, ums dos seus últimos momentos. Enquanto estão a rumo de Lajeado, o irmão confessa estar muito balançado, pois apesar de estar realizando um sonho de criança, o coração aperta por saber que terá de largar tudo, desde casa até emprego, desde amigos até a família. Mas a irmã, que sempre esteve ao seu lado, não o deixa pensar assim, pensar em possíveis possibilidade de desistir. Ela diz que ele deves pensar pelo lado bom, está realizando um sonho o qual ele pensava poder realizar somente daqui a dois anos e que a família e os amigos estariam sempre com ele, um pouco distante claro mas estariam com ele, qual fosse a ocasião. Diz ela também, que nossas vidas sempre mudam. Ela lembra de fatos e o convense de que nada poderia o fazer desistir, até por que oportunidade igual a essa ele não teria tão cedo novamente. Na volta eles cantam alegremente como se nada estaria acontecendo, esqueceram até mesmo de que algumas horas depois, eles dariam um último abraço pelos próximos quatro meses. Ao chegar em casa, se deparam com a mãe que não se faz muito alegre. Ele como sempre, elogia a mãe por sua beleza. Não sei o que se passa em sua cabeça, mas seus olhos transmitem uma certeza tristeza, por saber que só após quatro meses, poderá elogia à ela novamente. Eles almoçam normalmente, como de rotina. Depois do almoço, diz ele: 'Vamos tirar uma foto, já que estamos gatos e bem arrumados'. Todos riem, tentando retirar a angustia que está por detrás dos sorrisos. Após a foto, a mãe tenta ser forte, infelizmente ela não resiste e começa a chorar. Os filhos por saberem, a deixam queta, a deixam chorar. Ele, vai para o computador, põe os fones de ouvidos e põe uma das suas músicas. Músicas, elas geralmente nos acalmam. Desta vez, não foi o que aconteceu. Ele tentando esconder a tristeza, vai para o quarto, botar as malas em dia. Com olhos vermelhos por chorar, volta para o computador e olha para a irmã que está deitada no sofá, e lhe dá um sorriso como se estivesse dizendo: 'É um sonho meu, mas está difícil de abandonar todos e tudo aqui.' Ela, sem saber o que fazer nem o que falar, apenas lhe retribui o sorriso. Perto das quatro da tarde, agora a irmã e a mãe revoltadas pois seu time perdeu no campeonato mundial. Começam a perceber que está próximo, a hora da partida está chegando. A mãe, manda a filha ao mercado, para comprar coisas para o último lanche do filho em casa. Ao voltar, a irmã vai até o quarto para dizer á ele de que tem coisas para ele fazer lanche e lhe levar um iorgute, ela olha para ele com os olhos vermelhos escrevendo uma carta. O coração dela, bate a mil, as lágrimas lhe vêm, mas ela não as deixam escapar. A irmã faz o tradicional chimarrão e senta na área com a mãe para todas, enquanto ele termina de se arrumar. A mãe, percebendo que está chegando a hora, começa a chorar. A irmã, por estar aparentemente conformada, consola a mãe e fala que mais cedo ou mais tarde aconteceria. Seis horas, o irmão do meio chega. E pergunta ha que horas o irmão viajaria? Elas, respondem que não sabem. E ele vai até o irmão para perguntar, ele responde e o irmão vai para fora tomar chimarrão com elas. A irmã, vai para seu quarto e começa a se arrumar. O irmão que está de partida, pergunta onde ela vai. Ela, o responde e vai ao banheiro, por sua vez, chora. Ao sair do banheiro ela vê o irmão tirando foto com suas malas. Eles sorriem um ao outro. Ela vai para fora e ele começa a filmar a casa, a qual contruiram e ele foi um dos que mais se emprenhou nela e na decoração da casa.. filmando, ele chora por saber que apartir de poucas horas, ele raramente voltará a ver a casa. A irmã, está a espera de uma amiga, para irem caminhar. Ao enxergar a amiga, ela entra e vai até o irmão. Ela tem tantas coisas em mente para falar à ele, mas ao vê-lo, as palavras somem e a única coisa que ela consegue, é chorar e abraça-lo. Eles se abraçam e choram. Ele diz que a ama. Ela, mal consegue o responder, mas com lágrimas no rosto e o coração partido, ela lhe fala baixinho, eu também. Eles se abraçam, choram, se beijam. Ela seca algumas lágrimas e sai. Não consegue falar tchau para o irmão e a mãe, então apenas abana. Ela segue em frente, sem olhar para trás, pois sabia que se olhasse, iria chorar ainda mais. Não se sabe como todos ficam em casa, nem como foi a despedida. Mas sabe-se, que ele saiu de casa, em busca dos seus sonhos. Todos estão felizes, porém, com o coração partido por um componente da família, estar partindo, partindo para longe. Será complicado para aguentarem a falta, que o filho/irmão fará naquela casa, para aquela família. Mas já passaram por tantas coisas juntos, não será dessa vez que não sairam felizes no final.


Esta, é a história da partida de um entegrante da família Pereira, que a um ano e quatro meses atrás eram cinco, e infelizmente o pai/marido nos deixou em agosto de 2009 e que agora, o entegrante que por muitas vezes fez o papel de pai e de marido na família, nos deixou, indo em busca dos seus sonhos.

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